É uma pena que ainda haja tamanha falta de personalidade própria por parte de maioria da população. De uns tempos pra cá, uma boa quantidade da grande massa já conseguiu se desvincular da alienação imposta pelas mídias. Porém, não são somente os peixes grandes que possuem o poder de manipular.
Até mesmo em nossa volta, pessoas estão usando de suas influências para atrair, agradar e fisgar outras no intuito de tê-las por perto para a realização de seus desejos egoístas, explícitos ou não. Geralmente, quem faz parte de relacionamentos assim não consegue perceber o quanto está se tornando cópia de seus próximos. Assim como, muitos manipuladores sequer percebem o poder que exercem sobre o outro.
Eu vejo isso como o clássico perfil de rei ou rainha e seu bobo da corte. Neste caso, quem fazia parte sabia exatamente de suas condições. Apesar de não haver um grande motivo, pois era pura aristocracia. Na sociedade atual, ainda há um pouco disso. Mas, está mais ligada à meritocracia. Geralmente, é uma relação de superior e subordinado, como um patrão e seu empregado.
Espantosamente, relações de pessoas dominantes com suas cópias acabam sendo entre amigos ou até mesmo namorados. O mais comum seria entre filhos e seus pais, não é? Porém, na maioria dos casos, aqueles filhos que já foram submissos ao seu pai ou mãe e que queriam ser um dos dois quando crescessem parece que estarão constantemente a procura de uma figura para se espelharem. Isso se expande de sua casa pra uma amizade mais próxima, até chegar em um relacionamento amoroso.
Alerta de relacionamento abusivo aqui! Por um lado, tem a questão de estar ciente ou não. Como disse antes, em muitos casos as pessoas que estão de dentro nem percebem. Estranhamente, em alguns casos seria algo mais relacionado com uns conceitos de sadomasoquismo: dominador/dominatrix e dominado/domada. Porque assim como nesta prática, quem faz parte não está sofrendo inconscientemente. Pois, é escolha de cada um que está presente.
A questão a ser levantada aqui está mais para servir de reflexão dos seus relacionamentos. Não que isso seja um problema a ser resolvido - vai depender de seus interesses na vida para o futuro. Faça apenas uma simples análise de suas relações e perceba o quão parecido você se torna de quem está mais próximo. Perceba também em quais momentos você é quem realmente se sente ser, originalmente em sua essência.
É claro que nós todos somos reflexos de nossas influências e interferências da vida. Mas, há sempre algo em cada um que é único. Pois, no meio de tantas semelhanças somadas essa mistura se torna uma unidade independente e particular. É todo o nosso mix de igualdades que nos torna peculiares. E é preciso se impor diante das adversidades, não balançar mais a cabeça concordando sempre com tudo o que dizem.
0 comentários.