Recentemente, notícias de pessoas que se mataram parecem ter chegado mais perto e com mais frequência. É certo que esse tipo de coisa, infelizmente, sempre acontece. Mas, precisamos repensar os motivos de estar acontecendo e de continuar assim ainda hoje em dia.
Todo mundo está acostumado a ver em publicidades, comerciais, e em muitos meios de entretenimento, que existe um mundo ideal onde a felicidade é o mais importante. Será mesmo que ser feliz é a coisa que mais importa?
Primeiro, para que uma felicidade aconteça é necessário haver uma tristeza anterior. Já foi retratado no filme em animação Inside Out o verdadeiro valor do sentimento de tristeza em momentos importantes da vida. Mas, é necessário raciocinar um pouco mais logicamente que para que alguém fique feliz é obrigatoriamente requisitado que esta pessoa não esteja feliz antes. Ou seja, ela vivenciou algo que a fez sair de um estado para entrar em outro.
Sendo assim, não se pode descartar o fato de que felicidade não é a única coisa que importa. Já que há algum estado anterior tão importante quanto ela. Dito isso, já se pode definir que há momentos felizes e momentos que não são - aqueles que ocorrem anteriormente ao sentimento de felicidade.
Portanto, pessoas estão se matando por não conseguirem identificar uma satisfação na vida. Seriam elas infelizes? Geralmente, aparentam não ser. Por que? Porque a sociedade impõe que todos precisam aparentar estar felizes! Sorrisos estampados por todos os lados, como se fosse o essencial de uma vida.
É muito fácil cair em uma cultura tão escancarada e esfregada na cara. Principalmente, quando se vive em um meio que não se importa com o todo e está naturalmente explícito que "o mais forte sobrevive", que aqueles mais favorecidos serão sempre os melhores.
Apesar disso, atualmente, já se entrou em uma nova situação: onde existe o empoderamento, além da ostentação. Empoderar-se também virou uma forma de se ostentar. Algo que vai de um extremo ao outro e se completa na mesma linha de raciocínio.
Com todas essas informações ao alcance de todos, diante de todas essas diferentes e ironicamente tão semelhantes realidades, parece que as pessoas não conseguem se satisfazer com nada. Tudo isso ainda acaba sendo muito pouco. Sabe por que? Porque é tanta coisa que te faz querê-las, que você não consegue usufruir de nada direito. E isso leva a todos, nem por um momento que seja, o sentimento de estar incompleto. A ausência daquilo que nunca se teve.
É fato que muitos sábios já passaram seus conhecimentos por gerações, e geralmente eles ensinam a todos que o melhor da vida não é conseguir fazer tudo ao mesmo tempo, e o mais importante não é sentir a plenitude da felicidade. O segredo da sabedoria que eles trazem pode ser, humildemente, resumido em: Saiba apreciar cada pequeno momento da sua vida, seja ele uma dor, uma lágrima ou um beijo inocente.
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