Chuva. O pequeno sonhador aproveitava até mesmo os elementos da natureza para criar suas fantasias infantis. Pegou sua capa de chuva e seu guarda chuva. Corria e pulava no quintal, pisando em trechos do chão - castigado pela chuva - que não sujariam seus pés. Parou. Percebeu que o estranho espelho - que continuava no mesmo local - se molhava sempre que caía chuva. E viu que ele não refletia as gotas de água caindo do céu. Será que foi assim o tempo todo ou nunca notara isso?
Dias se passaram e o menino sempre analisava o espelho, a cada mudança no tempo e toda vez que passava perto dele. Começou também a falar consigo mesmo olhando para o seu estranho reflexo. Percebeu que seus pais ignoravam o objeto, e pensou que não havia sentido aquilo estar ali.
Quando questionada, sua mãe disse que era um objeto de valor sentimental. Seu pai escolheu o lugar e ali esteve até então. No quintal, haviam várias plantações de flores e frutas. Onde também, durante o dia, abrigava os animais da casa. Vários pássaros de sua mãe, em um viveiro. O menino já teve casais de gatos e ainda tinha um papagaio que ficava preso por uma corrente.
Enquanto brincava, o lado de fora da casa ficava cheio de objetos que usava como acessório ou fantasia para alguma de suas histórias imaginárias. Mas, havia dias que isso não acontecia.
- Filho, por que você não brinca mais? Os bichinhos estão tão quietos...
- Estou estudando, mãe.
- Estude mesmo, mas nunca deixe de brincar e se divertir!
Costumava brincar com qualquer distração, mas dali em diante só tem se dedicado a observar. Analisava pequenos detalhes de tudo. Seria mais uma fase de maturidade da criança?
- Espelho, espelho meu... - disse enquanto via seu reflexo no espelho.
- Seu não, do pai. - corrigiu o reflexo.
- É, do meu pai. - repetiu para si.
- Nosso pai. - mais uma vez, o reflexo disse.
- Hã? Você falou, e não sou eu dizendo! - gritou espantado para o reflexo.
- Ah! Finalmente, conseguiu me ouvir! - gritou o reflexo.
- Quem é você, e o que é este espelho? - indagou o garoto.
- Na verdade, eu e você somos um. Fui aprisionado aqui. - disse o reflexo, que não é apenas um reflexo.
- Como assim?! Você é você, e eu sou eu. Só não sei se estamos vivendo em harmonia... - cantarolou brincando com o garoto aprisionado.
Quando mais jovem, seus primeiros amigos eram irmãos gêmeos idênticos. E ele conseguia diferenciar, mesmo que usassem as mesmas roupas. Ao olhar para aquela imagem do espelho, logo sabia que era diferente dele.
- Vou te explicar, princesa Ariel... - cortou a brincadeira com desdém.
A história não parecia convincente, pois era fraca de detalhes. Parecia mais uma história criada.
- Não sei. Nada do que você me disse pareceu verdade, mas eu consigo sentir nos seus olhos que precisa sair daí. Pode me contar como é viver por todos esses anos onde está?
- Não me chame de mentiroso! Só me tire daqui!
- O que preciso fazer pra tirar você daí?
- Eu não sei! Dê um jeito!
- Não seja rude como o meu, nosso, sei lá, como o pai. Desse jeito, quem te tiraria daí?
- Eu preciso sair daqui! Faça o que for preciso... - diminuiu o tom de voz, gradativamente.
- Vou falar com o pai e tentar dar um jeito. - disse enquanto saía de perto do espelho.
- Não!!! - o garoto no espelho gritou, mas não conseguiu chamar a atenção que queria.
Seu pai ainda não estava em casa, apenas sua mãe cuidando das coisas. Ele não quis contar a ela naquele momento, mas contaria quando seu pai chegasse. Enquanto isso, ficou pensando em diversas maneiras de libertar o seu semelhante.
Dias se passaram e o menino sempre analisava o espelho, a cada mudança no tempo e toda vez que passava perto dele. Começou também a falar consigo mesmo olhando para o seu estranho reflexo. Percebeu que seus pais ignoravam o objeto, e pensou que não havia sentido aquilo estar ali.
Quando questionada, sua mãe disse que era um objeto de valor sentimental. Seu pai escolheu o lugar e ali esteve até então. No quintal, haviam várias plantações de flores e frutas. Onde também, durante o dia, abrigava os animais da casa. Vários pássaros de sua mãe, em um viveiro. O menino já teve casais de gatos e ainda tinha um papagaio que ficava preso por uma corrente.
Enquanto brincava, o lado de fora da casa ficava cheio de objetos que usava como acessório ou fantasia para alguma de suas histórias imaginárias. Mas, havia dias que isso não acontecia.
- Filho, por que você não brinca mais? Os bichinhos estão tão quietos...
- Estou estudando, mãe.
- Estude mesmo, mas nunca deixe de brincar e se divertir!
Costumava brincar com qualquer distração, mas dali em diante só tem se dedicado a observar. Analisava pequenos detalhes de tudo. Seria mais uma fase de maturidade da criança?
- Espelho, espelho meu... - disse enquanto via seu reflexo no espelho.
- Seu não, do pai. - corrigiu o reflexo.
- É, do meu pai. - repetiu para si.
- Nosso pai. - mais uma vez, o reflexo disse.
- Hã? Você falou, e não sou eu dizendo! - gritou espantado para o reflexo.
- Ah! Finalmente, conseguiu me ouvir! - gritou o reflexo.
- Quem é você, e o que é este espelho? - indagou o garoto.
- Na verdade, eu e você somos um. Fui aprisionado aqui. - disse o reflexo, que não é apenas um reflexo.
- Como assim?! Você é você, e eu sou eu. Só não sei se estamos vivendo em harmonia... - cantarolou brincando com o garoto aprisionado.
Quando mais jovem, seus primeiros amigos eram irmãos gêmeos idênticos. E ele conseguia diferenciar, mesmo que usassem as mesmas roupas. Ao olhar para aquela imagem do espelho, logo sabia que era diferente dele.
- Vou te explicar, princesa Ariel... - cortou a brincadeira com desdém.
A história não parecia convincente, pois era fraca de detalhes. Parecia mais uma história criada.
- Não sei. Nada do que você me disse pareceu verdade, mas eu consigo sentir nos seus olhos que precisa sair daí. Pode me contar como é viver por todos esses anos onde está?
- Não me chame de mentiroso! Só me tire daqui!
- O que preciso fazer pra tirar você daí?
- Eu não sei! Dê um jeito!
- Não seja rude como o meu, nosso, sei lá, como o pai. Desse jeito, quem te tiraria daí?
- Eu preciso sair daqui! Faça o que for preciso... - diminuiu o tom de voz, gradativamente.
- Vou falar com o pai e tentar dar um jeito. - disse enquanto saía de perto do espelho.
- Não!!! - o garoto no espelho gritou, mas não conseguiu chamar a atenção que queria.
Seu pai ainda não estava em casa, apenas sua mãe cuidando das coisas. Ele não quis contar a ela naquele momento, mas contaria quando seu pai chegasse. Enquanto isso, ficou pensando em diversas maneiras de libertar o seu semelhante.
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